Tendo em vista o comunicado divulgado pela Superintendência do Ceeteps em 20/5/2016, intitulado Consideração do Centro Paula Souza sobre a convocação inoportuna do sindicato durante as ocupações da sede administrativa, a Diretoria Executiva do Sinteps tem a considerar:
- O comunicado faz crer que o Sinteps participou da ocupação do prédio da Administração Central do Centro Paula Souza, ao alegar, já no primeiro parágrafo, que não são só alunos, mas, principalmente, pessoas ligadas a vários movimentos sociais.
- Repudiamos tal indução, pois o Sinteps não participou da ocupação. Estivemos lá no primeiro dia para conhecer a pauta dos estudantes e prestar solidariedade aos nossos alunos, que lutavam por merenda digna. Voltamos lá para evitar que a tropa de choque, comandada pelo secretário de Segurança do governador Geraldo Alckmin, cometesse uma barbárie. Levamos conosco a deputada federal Luiza Erundina, o ex-senador Eduardo Suplicy e o deputado estadual Carlos Giannazi para intervirem e evitar que o pior acontecesse.
- Repudiamos mais ainda a tentativa de vincular o Sinteps com a alegada depredação de patrimônio público. Nos atos que dirigimos, nas greves que comandamos, nunca houve qualquer dano que seja ao patrimônio público ou privado.
- Lamentamos que a diretora superintendente do Ceeteps tenha ameaçado os trabalhadores com o não pagamento dos salários e do bônus, usando como justificativa a ocupação dos estudantes. Neste ponto, é bom que se diga que o bônus foi incluído na folha de pagamento do mês de maio por opção do Ceeteps. Tivesse sido pago em abril, como ocorreu com o pessoal da rede, quem sabe os ânimos estivessem menos acirrados.
- Chamamos, sim, os trabalhadores a cruzarem os braços se o pagamento não fosse feito até as 10 horas do dia 6/5/2016. Isso, de certa forma, foi uma atitude compreensiva do Sindicato, pois o correto, indiscutivelmente, seria o pagamento estar nas contas dos trabalhadores no início do dia, à s 6 horas da manhã, ou antes, como sempre aconteceu.
- Se alguém se valeu do oportunismo, estes foram os que pegaram carona no movimento dos estudantes para se promover ou para se esconder, como foi o caso do Ceeteps, que numa manobra televisiva ameaçou o atraso dos pagamentos, fato que, na opinião de muitos, se concretizava com a falta de dinheiro nas contas dos trabalhadores nas primeiras horas do dia 6/5/2016.
- Sim, o Ceeteps tem muito o quê aprender no que se refere a comunicar-se com o Sindicato da categoria e seus trabalhadores, pois, divergências à parte, sempre mantivemos um diálogo franco e honesto, nunca nos escondendo em movimento de outros.
- Em relação ao trecho do comunicado que diz Divergências à parte, nesses momentos difíceis é importante para os dirigentes de uma instituição contar com a colaboração e compreensão de seus pares, bem como das instituições com as quais a relação tem se fortalecido no decorrer dos anos, afirmamos o mesmo. Consideramos que egoísta e oportunista é a chantagem com os trabalhadores, pais e mães de famílias que, assustados em não ter como pagar suas contas, esperam de seu Sindicato uma resposta imediata para a falta de pagamento anunciada dias antes em todas as mídias pela diretora superintendente do Ceeteps.
- Fomos todos surpreendidos com a ameaça de não provisionar os salários e escondê-los, em castigo a uma ocupação que não foi planejada nem protagonizada pelos trabalhadores.
- Pegou mal na mídia a constatação de que o Ceeteps não tem alimentação digna para os nossos adolescentes, mas tentar punir os trabalhadores por isso foi golpe baixo!
Diretoria Executiva do SINTEPS