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3/3/2015

            Muitas foram as canções que embalaram, ao longo dos anos, a vida e a luta das mulheres, no Brasil e no mundo. A Maria, Maria, de Mílton Nascimento, tornou-se quase que um hino. Sim, porque nós temos força, raça e sonho... sempre. E vamos à  luta, é claro.

            Os números ainda navegam em sentido contrário: em média, ganhamos menos, trabalhamos em condições menos favoráveis, sofremos mais com o desemprego.

Mas também temos avanços a comemorar. Hoje, ocupamos praticamente a metade do mercado de trabalho e não nos furtamos à  luta! O mesmo capitalismo que nos explora e faz da discriminação um instrumento de ganhos extras, contraditoriamente nos agrupa enquanto trabalhadoras, o que nos traz as condições para nos organizarmos e lutarmos!

            O Sinteps parabeniza as companheiras pela passagem de seu dia. O Sinteps seguirá organizando a categoria como um todo, em defesa de melhores salários e condições de vida, por um ensino público, gratuito e de qualidade para todos! E seguirá contribuindo, também, pela igualdade entre homens e mulheres e pela superação de todas as desigualdades e discriminações na sociedade!

            No Centro Paula Souza, além das reivindicações que dizem respeito a toda a categoria, as mulheres têm algumas que lhes são específicas, como é o caso da extensão da licença maternidade de 180 dias para as celetistas, item que faz parte da nossa Pauta de Reivindicações 2015 (confira em matéria própria no site).

Exposição no Sinteps e ato em São Paulo

            A pesquisadora Raquel Moreno, da Rede Mulher e Mídia, fará uma exposição sobre A violência contra as mulheres, no dia 10/3/2015, à s 15h, na sede do Sinteps (Praça Coronel Fernando Prestes, 74, no campus da Fatec/SP). A palestra é um dos pontos da reunião do Conselho de Diretores de Base (CDB) do Sinteps, marcada para este dia.

Além disso, o Sinteps também está participando, junto com várias entidades sindicais e populares, da organização de um ato em comemoração ao Dia da Mulher. Vai ser no domingo, 8 de março de 2015, em frente ao Teatro Gazeta, na Avenida Paulista (metrô Trianon/MASP), com concentração a partir das 10 horas.

            O Sinteps convida as trabalhadoras e trabalhadores que puderem comparecer a estarem presentes.

Obs: Se você vai participar de atividades em sua cidade, mande fotos e informações para o Sinteps (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.), para divulgarmos.

Mulher X mercado de trabalho

            De acordo com pesquisa recém divulgada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), as mulheres representam 45,9% da força de trabalho nacional. Em média, segundo dados consolidados em 2013, elas ganham, em média, 73,7% do salário dos homens no Brasil.

            Enganam-se os que atribuem esse desnível à  falta de experiência profissional ou ao nível de educação das trabalhadoras. Outra pesquisa - o relatório Education at a Glance, publicado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) - mostra que a proporção de mulheres brasileiras com títulos acadêmicos de nível superior é maior que a de homens: elas são 12%, enquanto eles são 10%, mas isso não se reflete no mercado de trabalho.

Em média, a mulher brasileira com nível superior ganha apenas 61% do que recebe um homem com o mesmo nível de instrução. Dentre os países que fazem parte da OCDE, essa discrepância é um pouco menor: a renda da mulher com nível superior é 72% da do homem. Os países mais próximos da igualdade são Reino Unido (82%) e Espanha (89%). Embora o Brasil não seja membro da OCDE, formada majoritariamente por nações europeias, os dados do país foram incluídos no relatório para fins de comparação.

Ambas as pesquisas refletem a discriminação de gênero que ainda permeia o mercado de trabalho no Brasil, embora a Constituição Federal seja explícita ao prever direitos iguais para homens e mulheres.

No serviço público

No serviço público, formalmente os salários são iguais para homens e mulheres. No entanto, a discriminação ocorre de modo mais sutil. Não raro, eles têm maiores oportunidades de ascensão na carreira, na indicação para postos de confiança etc.

Um pouco da história

As origens do 8 de Março têm relação direta com as lutas da mulher, mais especificamente das operárias têxteis de Nova York. Em 1857, elas protagonizaram uma greve que durou semanas e que foi duramente reprimida pelos patrões e pela polícia. Esta greve é comumente confundida com um outro episódio protagonizado pelas operárias novaiorquinas, em 1911, quando um trágico incêndio na fábrica de roupas Triangle matou mais de 100 mulheres.

A greve de 1857 é considerada o pontapé inicial num conjunto de lutas femininas que ganharia grandes proporções no início do século 20. Ela foi a primeira a levantar várias reivindicações num momento em que as mulheres começavam a ingressar mais nitidamente no mercado de trabalho e a sofrer com a superexploração capitalista.

Nos Estados Unidos e em vários países, a greve de 1857 começou a ser lembrada no final de fevereiro ou início de março dos anos seguintes, impulsionando novas mobilizações e atos públicos. Em 1907, no dia 8 de março, operárias e mulheres socialistas de Nova York convocaram a Marcha da fome, para lembrar 1857 e reivindicar a diminuição da jornada de trabalho para 10 horas, melhores salários e condições de trabalho. Também é neste ano que o Partido Socialista Norte-Americano cria um comitê de mulheres pelo direito ao voto - o sufrágio feminino - somando este aspecto mais geral à s reivindicações econômicas.

Em 1910, durante o II Congresso Internacional das Mulheres Socialistas, realizado na Dinamarca, Clara Zetkin, militante do Partido Social Democrata Alemão e editora do jornal partidário Igualdade, propôs que se estabelecesse um dia para marcar a luta mundial das mulheres. Assim, o 8 de Março foi aprovado como Dia Internacional da Mulher.

Destas sementes históricas, brotaram várias conquistas, como a melhoria das condições de trabalho da mulher, a inserção de benefícios (como o seguro-maternidade) e a conquista do sufrágio universal.

O primeiro país a garantir o direito ao voto para as mulheres foi a Nova Zelândia, em 1893. Em seguida, veio a Austrália, em 1902. Nos Estados Unidos, o direito foi sendo implantado em alguns estados, até que, em 1920, a luta das mulheres conseguiu estendê-lo a todo o país. Na França, apesar de igualdade estar entre os lemas da Revolução Francesa, a mulher só conseguiu votar a partir de 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial.

No Brasil, a conquista do sufrágio feminino consolidou-se no dia 24 de fevereiro de 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, com a promulgação de um novo Código Eleitoral. A primeira deputada estadual eleita pelo voto popular foi Maria do Céu Fernandes, no Rio Grande do Norte, em 1935.