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Greve alcança mais de 100 unidades. Pressão obriga governador a se manifestar, mas nada está garantido. Sinteps indica rodada de assembleias e greve por tempo indeterminado a partir de agosto

A greve de um dia convocada pelo Sindicato agitou a terça-feira, 13 de junho, na maioria das ETECs e FATECs de todo o estado, com adesão em mais de 100 unidades. Durante todo o dia, ocorreram atos em várias cidades, com boa cobertura dos meios de comunicação regionais. Em São Paulo, uma bela manifestação foi realizada em frente à administração do Centro, com participantes de dezenas de unidades da grande SP e, também, aguerridas delegações do interior, como a dos trabalhadores de Catanduva.

O ato em São Paulo contou com a presença de representantes estudantis (CA 23 de Abril, UNE, UEE, UBES, UMES e FENET), que manifestaram apoio às reivindicações dos professores e funcionários administrativos do Centro e, também, denunciaram a intenção do governo Tarcísio de entregar a uma universidade privada o prédio histórico em que funcionava a administração do Centro (e onde funcionam atualmente a FATEC/SP, a ETESP e as sedes do Sinteps e do CA 23 de Abril). Sobre isso, aguarde matéria em breve.

Por volta das 16h, a superintendente do Centro, professora Laura Laganá, recebeu uma comissão formada no ato, composta pela presidente do Sinteps, alguns representantes de professores e funcionários em greve e membros do movimento estudantil. Acompanhada de assessores, a superintendente relatou com mais detalhes a conversa telefônica que havia tido com o governador na véspera. Segundo a profa. Laura, ele queria saber quais eram as razões para a greve e a insatisfação dos trabalhadores do Centro. Para cada uma delas, veja a resposta: 

- Bônus: O governador disse que já está autorizado, mas que agora é preciso aguardar o trâmite na Comissão Intersecretarial, onde se encontra. Não se comprometeu com nenhum prazo, nem de divulgação de índices, nem de valores ou data de pagamento.

- Revisão da carreira: Tarcísio disse ter conhecimento de que há uma comissão discutindo o assunto no Centro e afirmou que vai apoiar a tramitação da proposta que chegar até ele.

- Reajuste salarial: Não disse nada.

- Ameaça de esvaziamento das ETECs: Sobre as notícias de implementação de ensino técnico na rede estadual, à margem do Centro Paula Souza, o governador disse que “vai continuar investindo no Centro e criar mais ETECs e FATECs para que possamos atender mais alunos da Seduc”. Ele afirma que não vai autorizar a criação de uma rede paralela de educação profissional, o que vem sendo chamado pelo secretário Feder de ‘escolas próprias de ensino técnico’. A iniciativa da Seduc, segundo Tarcísio, diz respeito apenas ao oferecimento do quinto itinerário formativo (ensino técnico) na rede, e que ele conta com o apoio do Centro.

Logo após a reunião, o Gabinete da Superintendência divulgou comunicado dirigido aos diretores de unidade, explicitando estes pontos (clique para conferir).

Sobre a revisão da carreira, a professora Laura expôs na reunião que tem “dúvidas” sobre a viabilidade da criação da jornada docente, pois teme não conseguir contratar os profissionais necessários e “deixar os alunos sem aula”. Ela revelou a intenção de fazer uma reunião com diretores de unidade, coordenadores e diretores de serviço para aprofundar com eles essa questão. A presidente do Sinteps reafirmou que este ponto é fundamental e que a proposta do Sindicato foi construída justamente após ouvir os principais interessados: os docentes.

 

Análise do Sinteps

Não há dúvida de que entrada em cena do governador é resultado direto da mobilização dos trabalhadores do Centro, numa tentativa de frear o movimento que ecoou por todo o estado, mas não passam de palavras por enquanto. Não há nada de concreto em nenhum dos itens comentados por ele.

Mas de uma coisa temos certeza: a pressão dos trabalhadores da instituição tem poder! E temos que ampliá-la.

 

Greve geral por tempo indeterminado

A indicação da Executiva do Sinteps é construir uma grande greve na categoria, por tempo indeterminado. A melhor data para isso precisa levar em conta alguns pontos:

- O período em que estamos, às vésperas do final do semestre.

- A ocorrência da atribuição de aulas (prevista para início de julho), que é determinante para os professores.

- A pertinência de um movimento forte no início do segundo semestre, momento em que a revisão da carreira deve estar em etapa decisiva. 

Tendo em vista esse cenário, o indicativo à categoria é: NÃO VAMOS COMEÇAR O SEGUNDO SEMESTRE! Que os trabalhadores realizem assembleias setoriais até 5/7 para avaliar a proposta de greve por tempo indeterminado a partir de início de agosto, tendo como pauta as mesmas reivindicações que nos trouxeram até aqui: reajuste, revisão da carreira, pagamento do bônus (caso ainda esteja indefinido) e defesa das escolas do Centro.

           

Vamos prosseguir na luta!