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A farsa do ‘bônus “vitaminado’ e a nossa reação: Centro ignora pandemia e deixa ‘taxa de concluintes’ derrubar índice da maioria das unidades

Sinteps vinha pressionando a Superintendência a rever a taxa, que já era injusta antes mesmo da pandemia


A divulgação dos índices de cada unidade, última etapa para a definição dos valores a serem pagos pelo Bônus Resultado, previsto para 15/6, foi um balde de água fria na maioria dos trabalhadores do Centro Paula Souza.

Ignorando a verdadeira tragédia que representou – e ainda representa – a pandemia de Covid-19 sobre a sociedade e, especificamente, sobre a educação, a direção do Centro manteve a ‘taxa de concluintes’ como um dos itens de maior peso na definição dos valores finais. Com isso, o barulho feito pelo governador Rodrigo Garcia, de que havia mais que dobrado o teto máximo a ser recebido, passando-o de 1 salário para 2,4 salários, revelou-se um tiro n’água. O bônus “vitaminado”, expressão usada por ele, mostrou-se uma farsa.

A diretoria do Sinteps vinha pressionando a Superintendência do Centro, antes da divulgação dos índices, a rever essa taxa que, se já era injusta, pois não dependia somente da dedicação e do trabalho do servidor, tornou-se absurda em tempos de pandemia. Ainda que os trabalhadores do Centro tenham feito um excelente trabalho durante os difíceis tempos do ensino remoto, inclusive tornando-se exemplo em todo o país, com aulas síncronas e diárias de qualidade, é evidente que haveria danos. Conseguimos manter nossos bons resultados no Saresp, mas é notório que muitos estudantes tiveram suas vidas abaladas pela pandemia, perderam parentes, viram familiares ficarem desempregados, passaram a trabalhar para ajudar em casa... como tudo isso não impactaria sua situação acadêmica?

Ainda em maio, numa das muitas cobranças feitas pelo Sindicato sobre esse ponto, a superintendente do Centro, professora Laura Laganá, alegou ter conhecimento do problema, mas que seria impossível “mexer nos critérios agora, pois isso significaria voltar o processo do bônus à estaca zero e atrasar seu pagamento por meses”. Segundo a superintendente, a mudança do teto máximo, o tal “bônus vitaminado” anunciado pelo governador, foi a forma encontrada para “minimizar” o problema.

O Sindicato tem clareza de que, quando têm vontade política, direção do Centro e governo encontram as formas necessárias para contornar a burocracia. A mudança do teto máximo, em cima da hora, é uma prova disso. A concessão do “Abono Fundeb” somente aos professores da rede estadual, em valores bastante superiores ao nosso bônus, também é outra prova de que primeiro vem a decisão política... e depois encontram-se as formas de fazê-la acontecer.

Mas que o governador/candidato não pense que está bem na fita entre os trabalhadores do Centro e suas famílias. A frustração e a constatação de que toda a dedicação e exaustão durante os períodos mais duros da pandemia resultaram num “bônus desanimado”, deixam um gosto amargo em todos. Mais uma vez, vemos nossas ETECs e FATECs sendo usadas como plataforma eleitoral, mas sem a devida valorização de quem realmente as constroem: seus trabalhadores. Como bem assinalou o candidato Fernando Haddad, no programa Roda Vida (TV Cultura, 6/6/2022), “o Centro Paula Souza tem sido maltratado por este governo”.

Reação é ponto de pauta no Conselho de Base em 20/6

O Conselho Diretor (CD) do Sinteps – que agrupa os diretores de base, regionais e da Executiva – reúne-se em 20/6, tendo como um dos pontos centrais de pauta a necessidade de mobilização e reação dos trabalhadores do Centro. Além de reagir contra a farsa do Bônus Resultado, temos que nos preparar para a luta por nossas reivindicações gerais: reajuste salarial, revisão da carreira, jornada para os docentes, valorização dos administrativos, vale alimentação digno, plano de saúde institucional, entre outros!