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As eleições municipais e o uso escancarado do Ensino Técnico e Tecnológico do Ceeteps

03/09/2012

As eleições municipais já estão em ritmo acelerado. A população de todos os municípios do estado de São Paulo assiste aos candidatos fazendo uma insistente propaganda do Ensino Técnico e Ensino Tecnológico do Centro Paula Souza.

Todos dizem ser um ótimo ensino, que prepara os jovens para o mercado de trabalho e aumenta suas chances de uma vida melhor.

Boa parte destes candidatos evoca para si o grande feito de levar até os municípios esta modalidade de ensino, transformando-o em plataforma eleitoral.

A população paulista deve saber que toda moeda tem duas faces. Se, por um lado, são verdadeiras algumas das afirmações citadas, falta a todos estes candidatos dizer que, se ainda há alguma qualidade no sistema Paula Souza, é resultado único e exclusivo do trabalho de professores e funcionários das Escolas Técnicas e Faculdades de Tecnologia, que atuam com dedicação e profissionalismo, e dos alunos, que demonstram interesse e sagacidade.

A expansão das unidades, que começou em 2000, veio acompanhada de um período imenso de arrocho salarial. De 2000 até os dias de hoje, houve apenas quatro reajustes salariais: em 2004, 20% (professores) e 11% (funcionários), em função de uma greve de 80 dias; em 2005, 10% para todos, ainda como resultado da greve de 2004; em 2011, 11% para todos, como resultado de outra greve da categoria; em 2012, 10,2% para todos, consequência direta da greve do ano de 2011, para evitar nova greve em ano político.

Sem greve, nunca houve o reconhecimento das reivindicações salariais e das condições de trabalho dos professores e funcionários do Ceeteps, que ainda amargam o total desrespeito à  sua política salarial. A lei nos garante os mesmos percentuais pagos nas universidades estaduais paulistas (os índices do Cruesp), mas o governo a desrespeita desde 1996. Esse direito, aliás, vem sendo reconquistado aos poucos, através de decisões judiciais.

Os salários praticados no Ceeteps são os mais baixos do Brasil, comparados a redes de mesma formação.

Não há pagamento de vale alimentação para todos os trabalhadores. Para os que recebem, o valor diário é de miseráveis R$ 8,00.

Descumprindo a lei e duas sentenças judiciais, o SESMET (Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho) não existe no Ceeteps. Assim, aos trabalhadores não é permitido ficar doente no Sistema Paula Souza, a não ser que tenham prejuízo financeiro e funcional.

Estes são apenas alguns exemplos de como são tratados os profissionais das ETECs e FATECs do Centro Paula Souza. Portanto, não se enganem, não votem em políticos que prometem realizar aquilo que não está ao seu alcance.

A Educação Profissional e Tecnológica ainda é boa, mas falta dinheiro, faltam professores, faltam funcionários e, se políticos apenas se interessarem por ela em épocas eleitorais, em breve, faltará qualidade também.

Os paulistas merecem uma educação melhor.